INTRODUÇÃO
A história da Universidade Estadual de Goiás (UEG) envolve a realização de sonhos. É ela que possibilita o acesso ao ensino superior de muitas pessoas nas diferentes regiões do Estado de Goiás. A criação da UEG é, em si, um exemplo da importância de se considerar as partes e o todo no processo de compreensão da realidade, pois ela nasce da fusão, da associação de instituições que, ao se agregarem, se tornam uma gigante tanto no tamanho da estrutura quanto no potencial humano.
Nossa visão sobre a UEG é otimista. Acreditamos que ela é grandiosa e necessita de cuidados e olhares diversificados para que seja respeitada e valorizada e para que siga cumprindo seu compromisso de promover a ascensão social, financeira, cultural e profissional dos cidadãos goianos.
A constituição e percurso da Universidade até os dias atuais nos motivam a participar da escrita de sua história. Temos nos dedicado a isso diariamente nos últimos 17 anos e, agora, respeitando as dificuldades e limitações que constituem o cotidiano da Universidade, acreditamos imensamente que o amadurecimento desta instituição depende de atitudes firmes, porém respeitosas no que se refere à tomada de decisão sobre o seu futuro.
Estamos diante de mais um pleito eleitoral no qual a Universidade elegerá seu representante entre os membros de sua comunidade e, nessa oportunidade, estamos diante de um desafio, uma mudança almejada: que a UEG se posicione como uma instituição de qualidade e que garanta a manutenção de suas conquistas.
Para isso, é preciso um exercício comum, coletivo e, porque não dizer, sensível, por meio do qual podemos definir ações e planos para que erros não se repitam e que o potencial humano seja valorizado na realização de um projeto verdadeiramente produtivo, com os olhos na geração do futuro e na sociedade goiana que queremos construir.
PRINCÍPIOS NORTEADORES DESTE PROGRAMA DE GESTÃO
Na atualidade, é reconhecidamente importante o papel das universidades no processo de desenvolvimento das nações. As instituições de ensino superior, como um local de produção e de disseminação do conhecimento, contribuem para o avanço das ciências e para o desenvolvimento das pessoas.
No entanto, as universidades se posicionam como quem olha só para dentro, não para fora. O “olhar para fora” se materializa nas parcerias com os outros setores da sociedade e no cuidado com as necessidades locais. As parcerias e as ações de cooperação tornam a instituição mais solidária e amplia seu escopo de atuação, pois o conhecimento local a projeta para o global na medida em que realçamos o que há de mais valioso. A universidade deve investir nisso.
Nesse sentido, abrem-se as possibilidades de incremento para as ações relacionadas ao ensino, à pesquisa e à extensão, gerando possibilidades de interação e inovação que poderá agregar à UEG maior credibilidade e promover a consolidação da instituição.
Para isso, pensamos que o projeto para uma universidade sustentável, cujos princípios são de natureza social, ambiental e organizacional, merece ser considerado. Citamos, por exemplo, como atitudes sustentáveis a melhoria nas condições de trabalho do professor, dos técnico-administrativos e um real atendimento às necessidades dos alunos.
A melhoria nas condições de trabalho do professor inclui revisão das exigências para o regime de trabalho, das condições físicas e materiais para o exercício da docência e valorização da carreira. A universidade que forma o profissional para o futuro precisa priorizar a tecnologia e se modernizar: equipar-se com recursos tecnológicos, garantir acesso a uma biblioteca digital, possibilitar o compartilhamento das informações em rede, comunicar-se com eficiência.
A melhoria da condição de trabalho para os servidores deve incluir uma preocupação com a segurança, saúde e qualificação profissional, assim como o real atendimento às necessidades do aluno inclui um aprimoramento do sistema de atribuição das bolsas permanência, condições de saúde e de alimentação. Isso pode ser feito por meio de parceiras com outras instituições, pois trata-se de um investimento no que a Universidade tem de mais valioso que são as pessoas.
Destacamos, também, a reorganização da gestão da Universidade no que diz a respeito à forma como ela lida com as questões ambientais. Mencionamos duas: serviços de energia e internet e relacionamento com a comunidade. São urgentes, por exemplo, as questões relacionadas à energia e à rede. O crescimento ou melhoria da estrutura física dos prédios deve levar em conta a necessidade de uso de equipamentos e abastecimento. Para isso, é preciso redes de energia e de dados que atendam à demanda.
As ações realizadas em parceria com a comunidade, tendo como pano de fundo a questão da sustentabilidade, abre uma grande possibilidade de reconhecimento do conhecimento gerado na Universidade, demostrando que a UEG produz um conhecimento que pode ser acessado e utilizado pela comunidade.
Ações de preservação ambiental por meio da participação da Universidade em projetos promovidos por órgãos públicos ou privados, em parceria com órgãos federais; ações de baixo custo nas comunidades relacionadas ao conhecimento sobre o cerrado e sua diversidade; e educação ambiental são exemplos de como se tornar uma Universidade ambiental e socialmente sustentável.
Considerando os princípios básicos deste programa — interação, inovação e sustentabilidade —, desenhamos por meios de três dimensões estratégicas, algumas ações e planos para a nossa gestão.
DIMENSÕES ESTRATÉGICAS
O desenvolvimento de políticas educacionais exige uma visão integradora, ousada e comprometida com a gestão do conhecimento, por isso apresentamos esse programa de gestão em três dimensões: Governança Educacional, Infraestrutura e Acadêmica — Ensino, Pesquisa e Extensão. Cada uma delas deve compor um conjunto de ações, atividades, projetos, programas e políticas públicas sustentáveis, visando qualificar a gestão da UEG.
I – GOVERNANÇA EDUCACIONAL
A governança no campo da educação trata da relação entre a organização político-institucional frente aos outros atores na esfera local, regional, nacional e internacional. Seu intento é patrocinar a construção de forma dialogada e democrática de um arrojado projeto de universidade, especialmente edificado entre: alunos, servidores e professores. A participação e a transparência serão elementos essenciais na conquista da UEG que queremos.
- Promover a valorização do quadro de pessoal com a melhoria nas condições de trabalho do professor;
- Promover programas de relacionamento entre
- universidade/escola/comunidade por meio de estágios supervisionados e projetos de extensão, visando contribuir para a melhoria da educação básica e da escola pública;
- reitoria e comunidade acadêmica por meio de um canal de comunicação com a reitoria;
- professores e setores da administração, com o objetivo de agilizar as demandas administrativas que envolvem os professores por meio de atendimento integrado entre os setores;
- Promover condições de atuação da Editora da UEG com ações que visam a valorização dos profissionais envolvidos nas atividades desse setor;
- Promover a qualificação da divulgação da universidade para o público interno e externo, aumentando a visibilidade da UEG junto à comunidade em geral, por meio de linguagens e ferramentas adequadas;
- Possibilitar a cooperação internacional por meio de um programa de intercâmbio cultural com universidades brasileiras e estrangeiras e da ampliação das parcerias acadêmicas;
- Mapear e otimizar o fluxo dos processos a fim de dar mais agilidade nos processos;
- Promover parcerias com o setor produtivo, que resultem em campos de estágio em diferentes modalidades, em empregabilidade e incremento para pesquisas;
- Criar canais de comunicação efetivos para atendimento aos docentes, aos técnico-administrativos e discentes.
II – INFRAESTRUTURA
Garantir instalações adequadas em todos os Câmpus é tarefa permanente e urgente, especialmente por tratar-se de uma estrutura descentralizada nas regiões de planejamento do Estado. Por isso, uma ferramenta importante que deve ser valorizada, efetivada e monitorada é o planejamento integrado, como plataforma de requalificação da nossa infraestrutura (reformas, construções, etc.). Para isso, propomos:
- Viabilizar a construção de prédios próprios para aqueles Câmpus cuja estrutura for considerada precária — auditórios que atendam à demanda da UEG e da região, buscando para isso parceiras com os municípios;
- Viabilizar ampla reforma nos prédios da UEG (rachaduras, umidades, infiltrações, parte elétrica, etc.), incluindo as obras de acessibilidade como banheiros adaptados;
- Modernizar as bibliotecas e otimizar o acesso ao acervo bibliográfico existente, considerando a implantação da biblioteca virtual, que disponibilizará para toda a Universidade um acervo digital em todas as áreas do conhecimento;
- Criar projetos sustentáveis, saúde do trabalhador e políticas de saúde;
- Incrementar Programa de Assistência Estudantil, aprimorando a infraestrutura para acadêmicos (chuveiro, alojamento, restaurante).
III – ACADÊMICA: ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO
Resgatar o princípio da indissociabilidade entre a tríade ensino-pesquisa-extensão é tarefa premente das universidades brasileiras. Em nosso caso, é fundamental considerar a história desafiadora que foi a constituição da UEG. Assim, ao registrar a rica trajetória peculiar na estruturação do ensino e aprendizagem dos cursos de graduação (presencial e a distância), especializações, mestrados e doutorado, é importante dizer que representam uma conquista acadêmica e da sociedade goiana. A atividade de pesquisa e pós-graduação requer incentivo, intercâmbio e apoio na investigação científica. A UEG vem afirmando sua vocação de instituição do conhecimento no Estado de Goiás, espaço físico-territorial ávido de aprofundamento em diversas áreas de pesquisa sobre as novas potencialidades do desenvolvimento econômico, turístico, socioambiental, etc. Por fim, é na extensão que a universidade realiza sua vocação e compromisso dialógico com a sociedade local e regional. Por um lado, integra saberes diversos do ensino e da pesquisa no seu fazer científico; por outro, promove a vivência da tolerância democrática entre culturas. Neste sentido, propomos:
- Promover estudos para implementação de turmas ou cursos em período diferente do existente no Câmpus;
- Promover o fortalecimento e a ampliação de cursos e de oferta de disciplinas na modalidade de Educação a Distância para atender à demanda de cursos e dos alunos nos diversos Câmpus;
- Expandir as ações de acompanhamento acadêmico;
- Viabilizar ações para a criação de programas de pós-graduação stricto sensu, considerando a qualificação docente, a ampliação da produção acadêmica e adequação da estrutura física dos Câmpus;
- Viabilizar a oferta de cursos de pós-graduação lato sensu que atendam às demandas locais;
- Ampliar a participação de pesquisadores da UEG para apresentação de trabalhos em eventos no exterior;
- Dar suporte técnico, de forma descentralizada,
- aos Câmpus para elaborar projetos de extensão voltados às ações de responsabilidade socioambiental;
- aos diretórios acadêmicos dos Câmpus na elaboração de projetos de extensão voltados às ações estudantis de cultura, lazer e esportes;
- aos Câmpus para promover ações de extensão de cultura, lazer e esportes.
CONCLUSÃO
Esse programa mínimo nos remete ao objetivo principal dessa candidatura que é fazer a UEG avançar, inovando em suas várias dimensões e investindo na valorização profissional dos professores e dos técnicos-administrativos e garantindo uma formação de qualidade aos alunos.
A UEG que queremos é construída cotidianamente por um projeto coletivo de toda comunidade acadêmica, valoriza o exercício democrático e promove o respeito às diferentes ideias e anseios para solucionar os seus problemas e avançar.
É urgente renovar as esperanças e vamos juntos refazer o caminho!