Por Carla Conti
Quando estamos diante de uma crise, encontrar a solução significa entrar na discussão sobre inovação, pois ela surge a partir da necessidade de tomada de decisão. E fazemos isso recorrendo ao que temos de mais precioso: as pessoas. Em outras palavras, precisamos considerar o conhecimento diverso que as pessoas têm.
Para isso, é necessário que criemos estratégias de comunicação, assim como espaços para que as pessoas possam expressar seu conhecimento, pois esse saber pode ser utilizado para resolver problemas cotidianos, contornando as dificuldades. Isso é modernizar, reconhecer as capacidades e competências das pessoas, é acreditar que “santo de casa faz milagre”.
No ensino superior, esse reconhecimento pode gerar inovação, que se realiza na medida em que há relacionamento entre a universidade e a comunidade local, tanto por meio de suas diversas instituições quanto na inter-relação entre elas. Se considerarmos as potencialidades das diferentes regiões do estado e as diversas áreas de estudo e pesquisa da Universidade Estadual de Goiás (UEG), por exemplo, podemos ousar e considerar que temos condição de, por meio das pesquisas realizadas por professores e da interação com a comunidade, gerar novos saberes e crescer no que diz respeito à inovação em diversos setores.
O ponto central é fortalecer o relacionamento da universidade com a sociedade. Essa é a condição essencial para a formação de toda e qualquer instituição de ensino superior, que sempre deve se mostrar atenta às questões sociais, culturais e econômicas. Essa relação com a comunidade tem uma dimensão considerável, pois se dá desde a participação de um aluno egresso em um evento científico até o envolvimento e cooperação da universidade com outras instituições.
Isso quer dizer que a universidade precisa estar de portas abertas para o aluno aprimorar sua formação em cursos de extensão, para a comunidade ser atendida em suas necessidades educacionais, sociais ou culturais, para a formação de opinião por meio de ações integrativas com outras instituições públicas ou privadas e para ações de cooperação com instituições de outros estados e países. A universidade precisa se relacionar com a sociedade porque essa é a condição para que ela exerça o seu papel, que é formar pessoas para atuar em diversas áreas do saber.
A universidade no contexto da “era do conhecimento” se torna central e, ao se relacionar com outras instituições locais, promove o desenvolvimento socioeconômico regional, pois democratiza o saber e pode, assim, contribuir com a solução de problemas sociais a partir dos resultados de suas pesquisas. O principal locus de produção de conhecimento é a universidade.
O relacionamento universitário com a comunidade pode cooperar com o desenvolvimento social de países, como o Brasil, pois a universidade é uma instituição estratégica, ativa e responsável pela diminuição da desigualdade social e pelo processo de criação e disseminação de novos saberes e de novas tecnologias, a partir de pesquisas básicas e pesquisas aplicadas. Para que isso aconteça, precisamos privilegiar a produção e difusão do conhecimento científico, que é um recurso importante para o mundo do trabalho e que precisa ser acessado pelas pessoas para melhorar suas oportunidades e o desenvolvimento local e regional das comunidades às quais pertencem.
Matéria publicada no Jornal Diário da Manhã / Opinião Pública / domingo 22 de maio de 2016