A UEG precisa se relacionar com a comunidade para que ela seja reconhecida. A sociedade precisa saber sobre a Universidade. Esse discurso tem permeado nossa fala em todos os Câmpus pelos quais passamos nesta campanha à reitoria da UEG. E não é apenas um discurso, mas uma prática nossa. Quando fui eleita diretora do Câmpus Inhumas, a UEG na cidade tinha poucas ações de extensão. Depois de muito trabalho em equipe, atualmente, temos 12 projetos em execução. E a menina dos nossos olhos é o projeto Meninas da Vila.
O Meninas da Vila, como ação extensionista, promove a formação de meninas de 12 a 15 anos por meio das artes, línguas e esportes, buscando ressignificar o papel dessas meninas na comunidade onde vivem. Esta ação na Universidade visa oferecer às meninas da comunidade a possibilidade de escolhas de vida, materializadas em diferentes vivências que possam contribuir com sua formação e com o seu empoderamento humano, principalmente, no que concerne às questões que envolvem o gênero feminino e sua inserção social.
Trata-se de uma ação educativa, cuja motivação é o desejo de mudança na forma de ver e de lidar com a realidade que nos condiciona. A realização do Meninas da Vila tem como premissa fundamental a construção e reconstrução do ser humano, do mundo e da vida, e se constitui por meio de uma vivência transdisciplinar, em um ambiente de educação diferente daquele formal em que as meninas estão inseridas regularmente.
O objetivo do projeto está ligado à formação humana e às questões de gênero, visando ao empoderamento feminino e a ampliação da compreensão das questões da vida. Além disso, contribui com a participação e o envolvimento das meninas na própria comunidade, fazendo com que se sintam mais responsáveis pelo que produzem, reafirmando a importância da formação por meio da sensibilização para as questões planetárias.
O Meninas da Vila tem provocado uma mudança de pensamento quanto às questões referentes à condição de vida de mulheres da comunidade local e também de outras comunidades, e tem sensibilizado a sociedade para o diálogo sobre essas questões. As meninas participantes das oficinas, em conjunto com as voluntárias e pesquisadoras, têm experimentado vivências diferentes das que lhes são comuns, gerando um sentido de pertencimento a uma nova comunidade, que é envolvida com causas comuns e importantes para si e para os outros, desenvolvendo uma nova forma de ver e participar do mundo.
Precisamos entender que a UEG tem um papel na formação de seres humanos capazes de construir uma comunidade mais pacífica, solidária e respeitosa com as diferentes culturas. Isso é empoderamento.